Construção sustentávelCertificação à vista
Edifícios sustentáveis no Brasil buscam certificado de "construção verde" e aguardam a criação de um selo nacional। Excelência no uso de energia e no design ambiental são características que dão nome à sigla LEED, certificação para edifícios sustentáveis - residenciais e comerciais - concedida pelo Conselho de Greenbuilding ("Construção Verde") dos Estados Unidos. Diferencial de mercado no hemisfério norte, a novidade é que o selo começa a ser cobiçado também por grandes construtoras no Brasil. Por aqui, ainda não há certificação equivalente, mas alguns especialistas já se debruçam sobre planilhas, estudando uma possível versão nacional do LEED ou mesmo a criação de um selo genuinamente brasileiro. Algumas construtoras, no entanto, resolveram sair na frente. Pelo menos quatro empreendimentos estão adotando a cartilha americana no canteiro de obra, na expectativa de conquistar, ao final da empreitada, a marca de sustentabilidade. É o caso da Tishman Speyer, que busca o selo do LEED com o Rochaverá Corporate Towers, em São Paulo, e o Ventura Corporate Towers, no Rio de Janeiro. Outras duas construtoras à espera do selo são a Gafisa, que aposta no paulistano Eldorado Business Tower, e a Bautec, responsável pelo Primavera Green Office, em Florianópolis, SC.
O que é Greenbuilding?Criado na década de 1970 por arquitetos e ecologistas, o termo, ao pé da letra, significa "construção verde". No contexto dos ambientalistas, ser verde implica estar de bem com a natureza, não agredi-la। Trazido para a arquitetura, uma construção verde, então, é aquela projetada, construída e mantida com o mínimo consumo de água e energia, dando prioridade a materiais que não poluem o ambiente durante sua produção e não provocam danos à saúde dos usuários. Com o crescimento dos movimentos ambientalistas e a demanda da legislação e dos investidores estrangeiros, investir na qualidade e na gestão ambiental passou a ser também um bom negócio. LEED no BrasilPara conseguir o selo de construção sustentável é preciso seguir à risca os critérios estipulados pelo LEED, divididos em cinco grandes áreas: desenvolvimento local sustentável, uso racional da água, eficiência energética, seleção de materiais e qualidade ambiental interna. Antes, durante e depois da obra, representantes do Conselho de Greenbuilding dos Estados Unidos (USBGC) avaliam o desempenho do empreendimento, através de questionários e relatórios técnicos. Ao final, os dados são transformados em pontos num ranking, que podem ou não resultar na certificação. Muitas empresas contratam consultorias especializadas para acompanhar o processo. Saulo Rozendo, do Centro de Tecnologia de Edificações (CTE), é um dos poucos brasileiros credenciados pelo USGBC para atuar com o sistema LEED no país. Atualmente, ele acompanha dois projetos que estão em busca da certificação americana. Para ele, o selo oferece visibilidade a edifícios que geram baixo impacto ambiental e são saudáveis para se viver e trabalhar. "Além disso, a certificação colabora para a viabilidade econômica desses empreendimentos e é uma excelente oportunidade de fortalecer a imagem institucional de responsabilidade sócio-ambiental, saindo do discurso para a prática", argumenta. Segundo Saulo, uma versão brasileira do LEED precisaria dar mais peso a parâmetros como economia de água e gestão de resíduos, "que são temas mais bem resolvidos lá fora e, por isso, não fazem tanta diferença nas avaliações", diz. O sucesso da certificação, para Saulo, depende do envolvimento de toda a cadeia produtiva da construção civil. "É preciso que todos participem, ajudem a criar as regras e possam aprimorar cada etapa do processo", afirma. A discussão no Brasil, segundo ele, é a mais adiantada entre os países sul-americanos. "Já o México, por exemplo, conseguiu criar o Conselho Mexicano de Greenbuilding", conta. Outros selos Outros países adotam selos próprios de certificação para edifícios sustentáveis. As siglas, em geral, remetem às metas buscadas em cada um deles. Em comum, todos têm a meta de aliar ferramentas da arquitetura e tecnologia para projetar sem gerar danos para a natureza e para os moradores ou usuários dos prédios. Os selos mais importantes são o da Inglaterra (BREEM), Japão (CASBEE), África do Sul (SBAT) e França (HQE).
No Centro do Rio de Janeiro, em frente a Catedral Metropolitana, foi inaugurado um prédio com 34 andares e que obteve a Certificação.
Dentre todas as novas tecnologias podemos citar: (dados citados pelo Jornalista André Trigueiro na Rádio do Rio de Janeiro, hoje 29 de setembro de 2008):
a) quando você passa na catraca já há o direcionamento de qual elevador irá lhe atender;
b) na sala de máquinas o aproveitamento de energia é automático. A máquina aproveita (e estoca) para reutilizar a energia quando da frenagem do elevador;
c) Vasos sanitários com caixa acoplada e torneiras automáticas (tempo de abertura determinado)
d) Todas as janelas vão do piso ao teto com lâminas de vidro que permite entrar a claridade (a luz) do sol e impede que o calor aqueça o local;
e) Possui um computador que, se necessário, acende ou apaga as lâmpadas fluorescentes.
f) Do investimento total de 450 milhões de reais 5% foi o custo da implantação do novo sistema que de acordo com técnicos é pago quando você começa a utilizar o prédio;
g) Utiliza águas da chuva para todo o sistema de refrigeração interior;
Na Ilha do Fundão, as obras de expansão da Petrobrás - CENPES – de olho na Certificação – Construção Verde – estão seguindo todas as Regras e também na cidade de Palhoça em Santa Catarina construção de 30.000 habitações.
De acordo ainda com o jornalista e Ambientalista André Trigueiro isto é uma realidade e vai perder prestigio e dinheiro quem não seguir esta tendência.
O Brasil, através das grandes Construtoras precisam se adequar.