ÁRVORE EM TAMOIOS
24 de julho de 2011
OS BAGRES DE LULA VÃO SOBREVIVER
Os bagres de Lula vão sobreviver às usinas do madeira
Pesquisa com duas espécies de grandes bagres da Amazônia conclui que os peixes constituem uma só população e podem cruzar entre si, e não somente com os que nascem em um mesmo rio
João Domingos - O Estado de S.Paulo
Uma boa notícia para os ambientalistas, desenvolvimentistas e o futuro do País, tanto do ponto de vista da preservação das espécies quanto da melhoria da infraestrutura e geração de eletricidade. As hidrelétricas de Jirau e Santo Antonio, no Rio Madeira, não vão exterminar os peixes amazônicos. E nem os peixes vão parar a produção de energia das usinas - 6.600 megawatts, com início da operação no ano que vem.
Pesquisa em genética com duas espécies de grandes bagres da Amazônia - dourada (brachyplatystoma rousseauxii) e piramutaba (brachyplatystoma vailantii) - feita pela cientista Jacqueline da Silva Batista, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), confirma não somente a hipótese migratória desses dois peixes, mas também que eles podem ser considerados como uma única população para fins de manejo e conservação. Significa que cruzam entre si e não somente entre os que nascem em determinado rio.
Jacqueline coletou e estudou dois tipos de DNA (mitocondrial e microssatélites) de 700 indivíduos de dourada em 33 localidades de 12 macrorregiões da Amazônia brasileira e três da Amazônia peruana. Foi colhido material das douradas no eixo Solimões/Amazonas e nos Rios Madeira, Purus, Japurá, Içá, Juruá, Tapajós e Branco, no lado brasileiro, e nos rios Amazonas, em Iquitos, Madre de Dios, em Puerto Maldonado, e Ucayali, em Pucallpa, do lado peruano.
Também foi coletado o DNA de cerca de 300 piramutabas. O material foi conservado em álcool e depois levado à sede do Inpa, em Manaus, onde Jacqueline verificou que em toda a Amazônia brasileira e peruana há uma única população de douradas - o mesmo vale para as piramutabas. Verificou também que a maior concentração da variabilidade genética da dourada está no Estuário do Amazonas - Belém, Macapá e Ilha do Marajó. Os estudos sobre douradas e piramutabas completam 12 anos em 2011.
Jacqueline fez seus estudos junto com Kyara Formiga Aquino, Izeni Pires Farias (coorientadora) e José Alves Gomes, seu orientador. Os trabalhos foram financiados pelo CNPq, Fundação de Apoio à Pesquisa do Amazonas (Fapeam), Pro-Várzea/Ibama, Procad/Capes, Inpa/MCT e Instituto de Investigação da Amazônia Peruana (IIap).
Pesquisa com duas espécies de grandes bagres da Amazônia conclui que os peixes constituem uma só população e podem cruzar entre si, e não somente com os que nascem em um mesmo rio
João Domingos - O Estado de S.Paulo
Uma boa notícia para os ambientalistas, desenvolvimentistas e o futuro do País, tanto do ponto de vista da preservação das espécies quanto da melhoria da infraestrutura e geração de eletricidade. As hidrelétricas de Jirau e Santo Antonio, no Rio Madeira, não vão exterminar os peixes amazônicos. E nem os peixes vão parar a produção de energia das usinas - 6.600 megawatts, com início da operação no ano que vem.
Pesquisa em genética com duas espécies de grandes bagres da Amazônia - dourada (brachyplatystoma rousseauxii) e piramutaba (brachyplatystoma vailantii) - feita pela cientista Jacqueline da Silva Batista, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), confirma não somente a hipótese migratória desses dois peixes, mas também que eles podem ser considerados como uma única população para fins de manejo e conservação. Significa que cruzam entre si e não somente entre os que nascem em determinado rio.
Jacqueline coletou e estudou dois tipos de DNA (mitocondrial e microssatélites) de 700 indivíduos de dourada em 33 localidades de 12 macrorregiões da Amazônia brasileira e três da Amazônia peruana. Foi colhido material das douradas no eixo Solimões/Amazonas e nos Rios Madeira, Purus, Japurá, Içá, Juruá, Tapajós e Branco, no lado brasileiro, e nos rios Amazonas, em Iquitos, Madre de Dios, em Puerto Maldonado, e Ucayali, em Pucallpa, do lado peruano.
Também foi coletado o DNA de cerca de 300 piramutabas. O material foi conservado em álcool e depois levado à sede do Inpa, em Manaus, onde Jacqueline verificou que em toda a Amazônia brasileira e peruana há uma única população de douradas - o mesmo vale para as piramutabas. Verificou também que a maior concentração da variabilidade genética da dourada está no Estuário do Amazonas - Belém, Macapá e Ilha do Marajó. Os estudos sobre douradas e piramutabas completam 12 anos em 2011.
Jacqueline fez seus estudos junto com Kyara Formiga Aquino, Izeni Pires Farias (coorientadora) e José Alves Gomes, seu orientador. Os trabalhos foram financiados pelo CNPq, Fundação de Apoio à Pesquisa do Amazonas (Fapeam), Pro-Várzea/Ibama, Procad/Capes, Inpa/MCT e Instituto de Investigação da Amazônia Peruana (IIap).
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