GRATIDÃO
02/03/2011
Nas mãos de Deus, que é Pai e Mãe, Jacintha Garcia Duarte de Alencar, mais conhecida como Nina, mãe, avó, bisavó, amiga de tantos, entregou seu espírito. Foi às 2h10m de 23 de fevereiro, quarta-feira passada, o términos terreno de uma caminhada que começou em 17 de abril de 1914.
Na casinha dela, em Santa Rosa de Viterbo (SP), os relógios continuavam com o horário antigo. Atrasei os ponteiros por 60 minutos, e, na madrugada indormida, atrasei minha trajetória de vida até onde podia recordar: aquela que deu a vida a mim e à minha irmã, Maria Amélia, e os valores maiores para percorrê-la, aparecia o tempo todo como rastro de luz para o menino (que, nesta hora, “velho embora, fica pequenino feito grão de milho”).
Sua cama e a cadeira onde ficava costurando, lendo, fazendo doces e louvando o bem viver estão agora vazias. Fica a imensa ausência emoldurada pela saudade. E o esforço da fé reiterada: não se perde a vida de quem foi só generosidade, conversão, raiz, tronco, folha, flor e frutos.
Nossa mãe, avó, bisavó, amiga de tantas, professora primária, esposa e viúva precoce, que passou 25 dos seus 97 anos de existência no Rio, está para sempre no colo de Deus e de mãos dadas com Maria, na grande festa da eternidade. Festa para a qual um dia também seremos convidados pelo Todo Poderoso Amor, “que derruba os poderosos de seus tronos e eleva os humildes”.
Agradeço, de coração – em nome de minha família – a todas as pessoas que cercaram nossa mãezinha de carinho, durante a vida e nesse calvário – em Viterbo, no Hospital Ribeirânia, de Ribeirão Preto, em muitos cantos do Brasil, nos telefonemas e mensagens de conforto que não paravam de chegar. Não tem como retribuir: solidariedade é sacramento! Só com ela a gente cresce na tristeza grande.
A todos, nossa gratidão. E nosso compromisso de praticar a bondade, a ternura, a correção e o desapego – valores imorredouros – que nossa mãe nos ensinou.
CHICO ALENCAR
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