Dr Juquinha tinha 500 mil em 2003 e agora tem 60 milhões......com o apoio do povão......
A aula de gestão do trem-bala
No mesmo dia em que a Polícia Federal pôs na cadeia José Francisco das Neves, o "doutor Juquinha", ex-presidente da Valec, o governo anunciou a retomada do projeto do trem-bala com a abertura de uma licitação internacional para a elaboração do projeto executivo da obra. Foi uma trapaça do acaso, talvez um mau presságio. "Doutor Juquinha" foi o comissário das ferrovias públicas, presidindo a Valec de 2003 a 2011. No seu mandarinato prosperou a ideia de um trem que ligaria o Rio a São Paulo e sua trajetória é uma aula para o conhecimento da leviandade e da inépcia que acompanham os projetos de infraestrutura do governo federal. Em 2006, "Juquinha" anunciou que o projeto executivo estava pronto, a obra custaria US$ 9 bilhões, a Viúva não colocaria um ceitil, e o trem rodaria antes da Copa de 2014. A doutora Dilma Rousseff, que então estava na chefia da Casa Civil, encantou-se com a proposta e incluiu-a no PAC.
O presidente Lula anexou-a ao Programa Nacional de Desestatização, informando que o trem seria licitado em 2008. Tudo lorota. Não havia projeto executivo, e o consórcio italiano que alavancava a marquetagem inventara uma demanda de 32 milhões de passageiros/ano. O trem do Doutor Juquinha seria o único do mundo a percorrer uma distância como a do Rio a São Paulo (430 km) sem uma única parada. O Tribunal de Contas acendeu o sinal de perigo, e o projeto foi da Valec para o BNDES. Lá o consórcio foi desmascarado e posto para fora. O Doutor Juquinha só foi demitido da Valec no ano passado, sem que se discutisse sua gestão. Agora o Ministério Público confiscou-lhe 15 imóveis, parte de uma fortuna de R$ 60 milhões, uma acumulação de alta velocidade, pois em 1998 declarava um patrimônio de R$ 560 mil. O trem-bala é uma atração do parque de diversões do governo. A cada ano anuncia-se uma nova data para a licitação, e a cada ano surge um novo preço. As grandes empreiteiras nacionais têm mais medo desse trem da doutora Dilma do que de CPI.
Fracassaram dois leilões, e o projeto continua enfeitando as contas do PAC, agora com um custo estimado em US$ 21 bilhões. A única coisa que andou foi o processo do consórcio italiano que cobra ao governo brasileiro uma indenização de US$ 290 milhões. Aquilo que seria uma obra inteiramente privada, tornou-se um projeto público, com a Viúva desembolsando boa parte do investimento. Não há trem e não há projeto, mas já há uma empresa estatal para cuidar do assunto, a Etav. Tudo indica que será presidida pelo doutor Bernardo Figueiredo, diretor administrativo e financeiro da Valec do "Doutor Juquinha" até 2005 e diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres a partir de 2008, na fase 2.0 do trem-bala. Pelas previsões de hoje, o projeto executivo ficará pronto no ano que vem. É improvável que a obra seja licitada antes de 2014. O comissariado anunciou que contratará um projeto executivo de engenharia com a naturalidade de quem troca uma sandália.
Durante cinco anos, vendeu-se para a patuleia um trem que percorreria 518 quilômetros, do Rio a Campinas, atravessando 103 quilômetros de túneis (duas vezes a extensão do Chunnel que liga a Inglaterra à França), e agora vai-se começar do zero? É isso mesmo.
Fonte: Elio Gaspari, nascido na Itália, veio ainda criança para o Brasil, onde fez sua carreira jornalística. Recebeu o prêmio de melhor ensaio da ABL em 2003 por "As Ilusões Armadas". Escreve às quartas-feiras e domingos na versão impressa de "Poder".
Os poderosos sonham com o trem bala mas, aqui em TAMOIOS as pessoas desejam muito pouco:
Condições de atravessar com segurança a Rodovia Amaral Peixoto; receber suas correspondências em suas residências; no caso de um incêndio ter um destacamento do Corpo de Bombeiros; marcar uma consulta médica sem precisar dormir na fila ou pagar alguém para isto; os jovens desejam cursos profissionalizantes... grátis; atividades esportivas e culturais para crianças e jovens... grátis; atendimento para a mulher que sofre agressão (hoje só existe este atendimento as 3a. e 5a. na parte da manhâ); delegacia legal; guardas municipais na pista principalmente próximo aos colégios; fiscalização atuando e multando, realmente, buscando os estabelecimentos que não tem CNPJ e outras irregularidades, porque aqui so procuram e incomodam quem está OK e paga os impostos etc.; multar e suspender todas as construções de obras irregulares ( é o que mais existe em TAMOIOS, tem pessoas que constroem até nas calçadas...); que o Meio Ambiente quando receber uma denúncia venha imediatamente verificar o que está ocorrendo pois todos se dizem "donos" do pedaço e fazem o que querem evidentemente, com "cobertura dos grandes chefões"; que a SECAF tenha saibro para consertar as diversas saídas da pista que está danificando muitos automóveis e que, realmente, em DEZEMBRO o NOVO HOSPITAL ESTEJA PRONTO.
SERÁ QUE ESQUECI ALGUMA COISA? SE SIM, ENVIE PRA GENTE!
A aula de gestão do trem-bala
No mesmo dia em que a Polícia Federal pôs na cadeia José Francisco das Neves, o "doutor Juquinha", ex-presidente da Valec, o governo anunciou a retomada do projeto do trem-bala com a abertura de uma licitação internacional para a elaboração do projeto executivo da obra. Foi uma trapaça do acaso, talvez um mau presságio. "Doutor Juquinha" foi o comissário das ferrovias públicas, presidindo a Valec de 2003 a 2011. No seu mandarinato prosperou a ideia de um trem que ligaria o Rio a São Paulo e sua trajetória é uma aula para o conhecimento da leviandade e da inépcia que acompanham os projetos de infraestrutura do governo federal. Em 2006, "Juquinha" anunciou que o projeto executivo estava pronto, a obra custaria US$ 9 bilhões, a Viúva não colocaria um ceitil, e o trem rodaria antes da Copa de 2014. A doutora Dilma Rousseff, que então estava na chefia da Casa Civil, encantou-se com a proposta e incluiu-a no PAC.
O presidente Lula anexou-a ao Programa Nacional de Desestatização, informando que o trem seria licitado em 2008. Tudo lorota. Não havia projeto executivo, e o consórcio italiano que alavancava a marquetagem inventara uma demanda de 32 milhões de passageiros/ano. O trem do Doutor Juquinha seria o único do mundo a percorrer uma distância como a do Rio a São Paulo (430 km) sem uma única parada. O Tribunal de Contas acendeu o sinal de perigo, e o projeto foi da Valec para o BNDES. Lá o consórcio foi desmascarado e posto para fora. O Doutor Juquinha só foi demitido da Valec no ano passado, sem que se discutisse sua gestão. Agora o Ministério Público confiscou-lhe 15 imóveis, parte de uma fortuna de R$ 60 milhões, uma acumulação de alta velocidade, pois em 1998 declarava um patrimônio de R$ 560 mil. O trem-bala é uma atração do parque de diversões do governo. A cada ano anuncia-se uma nova data para a licitação, e a cada ano surge um novo preço. As grandes empreiteiras nacionais têm mais medo desse trem da doutora Dilma do que de CPI.
Fracassaram dois leilões, e o projeto continua enfeitando as contas do PAC, agora com um custo estimado em US$ 21 bilhões. A única coisa que andou foi o processo do consórcio italiano que cobra ao governo brasileiro uma indenização de US$ 290 milhões. Aquilo que seria uma obra inteiramente privada, tornou-se um projeto público, com a Viúva desembolsando boa parte do investimento. Não há trem e não há projeto, mas já há uma empresa estatal para cuidar do assunto, a Etav. Tudo indica que será presidida pelo doutor Bernardo Figueiredo, diretor administrativo e financeiro da Valec do "Doutor Juquinha" até 2005 e diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres a partir de 2008, na fase 2.0 do trem-bala. Pelas previsões de hoje, o projeto executivo ficará pronto no ano que vem. É improvável que a obra seja licitada antes de 2014. O comissariado anunciou que contratará um projeto executivo de engenharia com a naturalidade de quem troca uma sandália.
Durante cinco anos, vendeu-se para a patuleia um trem que percorreria 518 quilômetros, do Rio a Campinas, atravessando 103 quilômetros de túneis (duas vezes a extensão do Chunnel que liga a Inglaterra à França), e agora vai-se começar do zero? É isso mesmo.
Fonte: Elio Gaspari, nascido na Itália, veio ainda criança para o Brasil, onde fez sua carreira jornalística. Recebeu o prêmio de melhor ensaio da ABL em 2003 por "As Ilusões Armadas". Escreve às quartas-feiras e domingos na versão impressa de "Poder".
Os poderosos sonham com o trem bala mas, aqui em TAMOIOS as pessoas desejam muito pouco:
Condições de atravessar com segurança a Rodovia Amaral Peixoto; receber suas correspondências em suas residências; no caso de um incêndio ter um destacamento do Corpo de Bombeiros; marcar uma consulta médica sem precisar dormir na fila ou pagar alguém para isto; os jovens desejam cursos profissionalizantes... grátis; atividades esportivas e culturais para crianças e jovens... grátis; atendimento para a mulher que sofre agressão (hoje só existe este atendimento as 3a. e 5a. na parte da manhâ); delegacia legal; guardas municipais na pista principalmente próximo aos colégios; fiscalização atuando e multando, realmente, buscando os estabelecimentos que não tem CNPJ e outras irregularidades, porque aqui so procuram e incomodam quem está OK e paga os impostos etc.; multar e suspender todas as construções de obras irregulares ( é o que mais existe em TAMOIOS, tem pessoas que constroem até nas calçadas...); que o Meio Ambiente quando receber uma denúncia venha imediatamente verificar o que está ocorrendo pois todos se dizem "donos" do pedaço e fazem o que querem evidentemente, com "cobertura dos grandes chefões"; que a SECAF tenha saibro para consertar as diversas saídas da pista que está danificando muitos automóveis e que, realmente, em DEZEMBRO o NOVO HOSPITAL ESTEJA PRONTO.
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