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23 de abril de 2013

GRANDES COISAS IRÃO ACONTECER EM CABO FRIO

Grandes coisas vão acontecer nesse lugar

O prefeito de Cabo Frio, Alair Corrêa, passou os últimos 20 dias no mais absoluto confinamento. Nesse período, raros foram os colaboradores que conseguiram entrar em seu gabinete. Alair fez questão de não compartilhar com ninguém a difícil e dolorosa decisão que estava por anunciar. Por isso, afora eu, na qualidade de seu chefe de gabinete, os genros Toninho e Sávio, e o amigo Luizinho, quase nenhum outro membro do governo conseguiu abordá-lo.

Vi em todos esses dias um Alair completamente diferente. Aquele homem normalmente bem-humorado, mesmo quando às vezes sisudo, deu lugar a um homem triste, amargurado, angustiado. Triste, porém decidido. Amargurado, mas determinado. Angustiado, todavia firme. Alair sabia que estava executando uma missão intransferível, indelegável e ao mesmo tempo urgente. Tinha a exata noção e a real consciência de que não podia negligenciar, não devia fraquejar, não tinha o direito de se acovardar. E mais: Alair sabia também do peso da responsabilidade que pesava sob os ombros daquele que, como primeiro mandatário da cidade, tem o rigoroso dever de fazer cumprir as leis, a Constituição e todo o ordenamento jurídico vigente.

Era agora ou nunca mais, era pegar ou largar, era salvar a cidade ou deixar instalar o caos.

E Alair não titubeou. Agiu com sabedoria, com equilíbrio, com serenidade, mas com o pulso firme de um estadista. Sim, como um estadista, pois a principal diferença entre o político mediano e o estadista está exatamente na capacidade de ter razão antes do tempo.

Winston Churchill, mesmo acusado de louco e de estar a serviço dos grandes fabricantes de armas, foi praticamente a única voz no Reino Unido a se insurgir contra a Alemanha de Hitler, pelo perigo que o ditador sanguinário representava para a humanidade. O extermínio de 6 milhões de judeus pelo nazismo é a maior e mais contundente prova de que Churchill tinha razão.

A luz vermelha se acendeu no gabinete do prefeito quando o competente e zeloso Secretário de Administração, Axiles Corrêa, informou que o gasto com pessoal no mês de março havia atingido índices assustadores, chegando a intoleráveis 81% do orçamento municipal, contra expressa determinação da Lei de Responsabilidade Fiscal, que estabelece como o teto 54%.

Uma providência drástica precisava ser tomada. E tinha que ser de imediato, naquele dia, naquela hora, naquele lugar. Pensou em adiar a decisão, para refletir, mas logo concluiu que não, não, não deveria dar tempo ao coração, que teimava em atropelar a razão.

Mandou subir imediatamente o cadastro de todos os comissionados e contratados. Adotou como critério o número de filhos. Assim, quem tivesse um só filho seria dispensado, dando lugar a quem tivesse um maior número de crianças em casa.

E foi assim nos dias seguintes. Uma a uma, milhares de fichas foram pessoalmente por ele analisadas.

Em um desses dias, exatamente às 8:30h da manhã, entrei na ampla sala do prefeito. Aliás, faço isso todos os dias, logo que termina o culto na sala de oração, para abraça-lo. Ele estava sozinho. Depois de me cumprimentar com voz embargada, com lágrimas nos olhos e fisionomia reveladora de um indisfarçável abatimento, me disse:

“essa é a pior e mais difícil decisão em mais de 40 anos de vida pública. Mas tenho consciência de que o que está em jogo é a cidade, é a vida de 99% da população. Mesmo sacrificando a dezenas de amigos e companheiros, além de pessoas que são muito importantes para a administração, não posso voltar a trás, preciso ir até o fim”.

“Dura lex sed lex”. Essa é uma expressão latina, que em português quer dizer “a lei é dura mas é a lei”. Pois é, infelizmente cerca de 1500 pessoas tiveram de ser dispensadas para que a lei fosse cumprida, a dura Lei de Responsabilidade Fiscal.

Mas, por outro lado, a cidade está salva e todos os grandes programas preservados.

Todas as grandes e necessárias obras serão implementadas.

A nova cidade de Tamoios será construída, assim como a emancipação econômica cem por cento garantida. Nos próximos dias lama, esgoto, poeira e buracos serão coisas do passado para milhares de moradores do Segundo Distrito, isto porque quase quatro dezenas de ruas serão saneadas e pavimentadas. As obras do novo e grande hospital já está começando lá.

Pela primeira vez na história de Cabo Frio, 100% das crianças estão em sala de aula.

O cartão dignidade, com passagens de ônibus a R$ ,50 começa a vigorar no Dia do Trabalhador.

O lanche do operário também começa no dia do 1º de maio.

O programa da setorização da dignidade também está começando. No bairro Eldorado III, várias ruas serão pavimentadas. Nelas, todas as casas sem banheiro terão banheiros construídos; todas as casas em que filhas menores estejam dormindo amontoadas aos pais, novos quartos serão edificados. É a implantação do programa Setorização da Dignidade.

Vem aí a nova estrada do aeroporto, a nova Avenida Teixeira e Souza e a nova e linda Orla da Praia do Forte.

Enfim, “grandes coisas estão por vir, grandes coisas vão acontecer nesse lugar”.
Tudo isso e muito mais, só será possível porque, parafraseando o apóstolo Paulo, em sua Segunda Carta a Timóteo, Deus não deu ao prefeito Alair Corrêa espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio.
Dirlei Pereira

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