Ecumenismo étnico
Paiva Netto
Vinte de novembro é o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. A data é comemorada durante todo o mês, com a participação ativa de movimentos civis, das instituições públicas e privadas. Em nosso país, a valorosa raça negra batalhou muito para ter seus direitos de cidadania garantidos e respeitados. A cruzada continua com novas conquistas a cada dia, graças a Deus.
Atualmente, setores diversos da sociedade reivindicam e trabalham por condições de vida decente para todas as etnias e classes sociais. A luta, a fraternidade e o amor fraterno nos transformaram em uma pátria multirracial, demonstrando ao mundopeculiar ecumenismo étnico, referência até mesmo para pesquisas acadêmicas.
Estudiosos constatam que a miscigenação, aliás, como tenho defendido, é uma realidade em qualquer parte e que a tendência é termos o “ser humano médio”, cuja aparência já foi classificada como “brasileira”. É o que vimos em 2012, no estudo de Stephen Stearns, professor de Ecologia e Evolução Biológica da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, publicado no site“Business Insider”. Também em 2007, o professor Henry Louis Gates Jr., diretor do Centro de Estudos Africanos, na Universidade de Harvard, disse à BBC Brasil que “o país tem a cara do futuro”.
A Humanidade, apesar de obstáculos aparentemente intransponíveis, possui destinação gloriosa. Ressalto na pregação ecumênica do Evangelho e do Apocalipse de Jesus que somos ainda habitantes novos no planeta. É fácil perceber isso na diferença de tempo que existe entre os poucos milênios de civilização conhecida e os cerca de 4,5 bilhões de anos da Terra. O potencial de que dispomos para vencer é imenso. E a cultura negra é parte inseparável desse sucesso.
Aproveito para transmitir uma saudação solidária ao amigo prof. dr. desbravador José Vicente, reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares, em São Paulo/SP. Ele sempre foi um entusiasta e incentivador das nossas iniciativas em prol da valorização da raça negra. Certa vez, declarou que “isso tem inspirado muitos trabalhos, pois foi pioneiro. Talvez hoje seja mais fácil falar do negro, por uma série de conjunturas. Mas antes, quando era muito difícil ser a favor do negro, a LBV já o fazia”.
ESCRITOR PAULO PAIM
No dia 17, encerrou-se a 59ª Feira Internacional do Livro dePorto Alegre/RS. Os estúdios da Super Rede Boa Vontade de Comunicação, que cobriu o prestigiado evento literário, receberam a fraterna visita do senador e escritor Paulo Paim. “É sempre uma alegria vir aqui na LBV. E faço com muita fé, com muito carinho, com muito respeito, até pelo trabalho que vocês fazem no aspecto social”, comentou o ilustre amigo.
No ensejo, gentilmente me autografou um exemplar do segundo volume de sua obra “Para além do que os olhos veem”, em que aprofunda, como ele mesmo relata, “o debate sobre os grandes temas que a população quer saber e quer resposta, desde a distribuição de renda, questões voltadas à saúde, à educação, à habitação, à mobilidade urbana”.
Ao senador e escritor, o nosso agradecimento.
José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
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